domingo, 24 de outubro de 2010

Divina Comédia - Dante Alghieri.

E ai, para quebrar a sequencia de posts sobre filmes, mas logo eles voltarão,  quis compartilhar um poema do livro.




Divina Comédia - Dante Alghieri.
Paraíso - Parte 1



A glória daquele que tudo move penetra por todo o Universo, que a reflete mais em algumas partes, e menos em outras. Eu estive no Céu onde a luz é mais intensa, e vi coisas que homem algum, de lá retornado, seria capaz de relatar. Pois quando nossa mente se perde nas profundezas do nosso desejo, a memória não tem poder para segui-la. Mas, tudo que, do Reino Santo, consegui guardar na minha mente, será agora matéria do meu canto.
Para esta tarefa derradeira, fazei de mim um vaso digno de receber vossa inspiração. Até agora, tenho dirigido minhas preces a somente um dos picos do Parnaso, mas agora eu preciso de ambos. Entrai em meu peito, divina virtude, e me emprestai um sopro do vosso poder para que pelo menos as sombras do Reino Sagrado, gravadas em minha mente, eu possa manifestar.  De uma pequena faísca pode surgir uma grande chama: talvez alguém, depois de mim, com melhor voz, poderá, enfim, receber vossa resposta.
A luz do mundo surge aos mortais das mais variadas fontes, mas do ponto onde se unem quatro círculos e três cruzes, nasce o Sol no seu melhor curso, na sua melhor constelação, iluminando a cera do mundo com sua melhor influência. Quando cheguei àquela foz o dia amanhecia e aqui, de onde escrevo, era tarde. Agora, o Sol brilhava com sua melhor luz.
Com o olhar fixo, Beatriz encarava o Sol sem piscar, como águia alguma jamais teria feito. Como um raio, seu olhar se infundiu em minha mente que se deixou inundar com o reflexo da sua luz e fez com que eu também fitasse o Sol por mais tempo que eu seria capaz. Naquele lugar sagrado, muito mais coisas são permitidas aos sentidos humanos que aqui na Terra. Não pude olhar muito, mas o suficiente para ver a esfera do Sol contornada por faíscas, como fogo escapando de ferro derretido. Subitamente, pareceu-me que um dia iluminava o dia seguinte.
Livre da luz que preenchia as alturas, e então senti uma coisa que eu seria incapaz de descrever. Algo similar, talvez, à transformação é a melhor palavra que posso oferecer, para algo que não se pode explicar com palavras. Se for apenas a minha alma, separada do corpo, que subia, só aquele Amor que governa o Céu poderia dizer.
Enquanto ouvia as afinadas harmonias, emanadas das esferas celestes que giravam sem parar, vi toda a extensão do Céu acender-se com as chamas do Sol. Impressionado com tal visão, fiquei ansioso por conhecer a causa. Ela, sempre atenta, me respondeu antes que eu pensasse na pergunta:
— Estás tão distraído com tua falsa imaginação que não percebestes que não estás mais com os pés sobre a Terra. Podes não ter percebido, mas, um raio nunca desceu à Terra tão rápido quanto tu, agora, sobes à tua casa.
Sua explicação saciou minha curiosidade, mas não deixou de fazer brotar na minha mente novas dúvidas. Eu disse.
— Estou contente por compreender esse fenômeno que me causa grande admiração, mas, ainda me admira que eu possa ascender através desses corpos mais leves.
Ela suspirou. Depois sorriu e me olhou como uma mãe que observa seu filho num momento de devaneio, e explicou:
— Todas as coisas estão submetida a uma ordem, visível através de sua forma. Esta ordem revela a semelhança entre o Universo e Deus. Assim as criaturas mais elevadas refletem as formas dos valores eternos, que é o fim para o qual foram criadas. E, nessa ordem, todas as coisas, no final, voltam sempre às suas origens. É isto que faz o fogo ascender e o que move os corações humanos. É o que une as partes e faz a Terra ser uma só. Isto explica porque estamos retornando à mais alta esfera, que é a nossa casa.
É verdade que, às vezes, a forma não se molda a real intenção da arte, quando ao ser chamado, a matéria é surda. Por isto, a criatura de Deus, embora destinada a voltar para sua origem, por ter o poder, pode escolher outro destino. Assim como o fogo pode ser visto caindo da nuvem, também o impulso soberano do homem pode voltar à Terra por falso prazer. Não deves te admirar, portanto, de estares subindo, mais que te admirarias ao ver a água fluir, do alto da montanha até a planície. Estranho seria se tu, livre, tivesses permanecido lá embaixo. Seria tão inacreditável quanto ver uma chama, na Terra, permanecer imóvel.
Depois ela se calou, e voltou a olhar para o Céu.



 Entrada no Paraíso

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Depois DELE... Os outros são os outros e só?





O filme da vez foi: “500 Days Of Summer” – 500 dias com ela; o filme só valeu meu pote de sorvete pela trilha sonora excelente (vide link: http://www.youtube.com/my_playlists?p=3556A4316BFFEB43) e por me ajudar a produzir esse texto que só tinha o título desde do último, Márcia Goldsmith com as amigas,feriado.

De fato você já viveu 500 dias com uma pessoa supimpa e assim como a Claudia leite deveria ser mandada para 622 metros abaixo da terra, o exemplar de sua metade da laranja, simplesmente, puft! Sumiu, não quis mais sua companhia com bordões super manjados.

Como estou super a fim de fazer “spoiler” do filme, apesar de ser bem previsível o filme conta um romance moderno bem possível de acontecer e provavelmente você se identificará em alguma parte dele, enfim a questão não é essa...

"Não importa o ator, o personagem sempre terá o mesmo script."

Perdemos aquele parâmetro do tolerável, aceitável e dos limites! Fato é que construímos um mundo perfeito, que é sonho, se transforma em realidade e a realidade se torna ilusão e nos tornamos alheios aos sinais e só após de algum tempo do momento mágico do pé na bunda damos conta e ai temos a versão de Freud.

Como disse que faria “spoiler” e já estou fazendo, o legal do filme “500 dias com ela” é o contraponto que o filme faz das primeiras semanas com as que estão perto do fim,  exatamente o oposto a “confiança no seu taco” torna-se “teoria da conspiração”.

Mas o difícil mesmoooo é os “500 dias” depois  do momento mágicow do pé na bunda e  nos torna personagens com scripts parecidíssimos. À acrescentar achei dúbio o merchan do twitter (pássaro azul na mão do protagonista enquanto dança na praça) péssimo.

Os contatos com os velhos amigos esquecidos e empoeirados,à volta a “vida bandida”, leia-se conhecido como alcoólatra em todas as baladas de sua região. Como se suas mágoas e ressentimentos fossem afogados em um copo de vodka com energético. 

A maioria dos nossos dias são comuns: rotina sem novidades e quando algo quebra esse tédio nos desperta a esperança, mas na verdade é tudo coincidência! Ou só um capítulo de nossas vidas.

Não existe milagre e nem um significado cósmico quando nos apaixonamos, é errado afirmar que quando acaba é porque não foi bom e que tudo é sofrimento. Conheço bons exemplos, que a coisa funcionou bem, sem mortos ou feridos.

O que quero deixar claro, que podemos perceber que a historinha de amor teve começo, meio e fim. E o fim, e é hora de dizer tchau e encarar da melhor forma.

Se o seu mundo é cinza sem alguém é porque ele nunca teve cor de verdade e ficar esperando alguém para colori-lo, na boa, é uma bosta!

Um bom começo é iniciar medição de olhadas por dia, não vale quando bate o carro na pilastra do estacionamento, okay!?

O destino está em nossas mãos e só agir, existem tantas possibilidades melhores...

Isso,vire um x-man! Com licença literária de zuzu jardim - http://www.zuzujardim.blogspot.com/. (clica que vale a pena!)

Pegue sua grana, invista num super look, sinta-se transante e arrase sempre seja comprando pão na padoca ou na balada do verão! E saiba quando um homem achar que você é a mulher da vida dele, por mais galinha ou cafajeste que seja, por mais que ele ame a liberdade que tem. Tenha certeza que ele esquecerá isso tudo para ficar junto de você! 

Assim como existem almas bondosas que colocam filmes legendados na net para fazer das nossas noites chuvosas ainda mais melancólicas, no fim iremos encontrar nosso parzinho!
Basta decidir como quer fazer sua noite.... 

Se você chegou até aqui um último conselho. Sad but true, girls! O amor, não é Papai Noel."



15 de outubro de 2010.